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quinta-feira, 22 de março de 2012

Invisíveis



Invisíveis

Há os que passam pela vida em segredo
Caminham entre folhas secas e gravetos,
Em passadas cirúrgicas a evitar ruídos
Receiam a própria voz
Quando necessário: sussurram
Quem dera fossem invisíveis...
Poupariam a si mesmo o esforço
De sequer ocuparem espaço
Olhos furtivos, receosos,
Mirando o chão, aguardam...
Parecem estar a espera do derradeiro fim
Quando livrariam da mordaça
A maldita alma que teima em gritar
Ou que a ternura de um abraço
Venha enfim lhes socorrer

(À senhorinha desconhecida sentada na ponta do banco, que me comoveu...) 

16 comentários:

  1. Salve Ju !!!, para olhar além da porteira é preciso ter olhos, poucos tem o seu olhar. Porteira, prá gente lá dos lados dos caipiras, tem um simbolismo muito grande. Parabéns pelo olhar e pelas escritas. Grande beijo.

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    1. Zé!!
      Que bom te ter por aqui...
      Seja sempre muito bem vindo nessa casa de voar... É nossa!
      Porteiras sempre abertas pra você.

      Beijo grande

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    2. Na ausência dos nossos bares né?, ficamos a conversar vai e volta pelos ares, bem alem das porteiras. De bar temos o Bar do Frango que continua segurando a barra. Ah! e também continuamos com o ser tão paulistano. Continua no ar.

      Grande beijo

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    3. Sinto falta Zé... Mas é bom saber que damos jeito de nos encontrar, seja pelos bares, seja pelos ares... ;o) . Passei no Ser tão paulistano - achei que já seguisse. Agora tô "garrada" lá...
      Beijo grande

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  2. Juliana, na invisibilidade, às vezes, a gente se vê melhor. Que o olhar alheio deixa de nos impor o que não somos.
    Beijos :)
    Gostei da senhorinha. Por que será que senta tão na ponta se o banco é bem grande e está vazio? Eu gosto de sentar no meio. Por que será também posso me perguntar rs

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  3. Lelena,

    Aquele banco imenso e vazio, e ela ali, espremedinha na ponta... quase se desculpando por usar aquele pedacinho de lugar... Me comoveu. Encheu minha cabeça de perguntas.
    E no final das contas, pode ser que aquele seja todo o espaço de que ela precise...
    Beijos

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  4. Ju, essa imagem é comovente... e tuas palavras a descrevem tão bem...

    beijos

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    1. Sabe que fiquei um bom tempo só olhando antes de fotografar?... Me vieram esses e outros tantos pensamentos e sentimentos...
      Algumas fotografias deixam a dúvida se o crédito deve ser dado àquele que fotografou ou ao objeto fotografado...
      Ótima semana pra você Andréa
      Beijos

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  5. Ju, é pura arte e emoção...linda!!! :-)

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  6. tão profunda a sua (e a minha) solidão.

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    1. Uma porção de solidão cercada de gente querida por todos os lados....

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  7. Respostas
    1. Obrigada Nydia...
      Seja sempre muito bem-vinda...
      A casa é nossa...
      Bjs

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  8. Lindo poema, me tocou muito, pois sinto que a cada dia fico mais invisível, mais perto dia final, em que desaparecerei para sempre.

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    1. Terráqueo,
      O olhar do outro passa primeiro pelo nosso...
      Ninguém é invisível se não se vê dessa forma, creio eu... a cada passo deixamos nossas
      pegadas, nossas marcas.
      Obrigado por deixar as suas por aqui - seja bem-vindo...

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