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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Saudades


São Roque/ SP

Saudades

De pé na soleira do tempo,
Penso a vida que se equilibra
No frágil espaço entre o antes e o depois
Uma borboleta pousa a frente
Voou, virou saudade 
Esse sentimento alado...


Belo Horizonte/ Minas Gerais

São Paulo/SP

Três Pontas/Minas Gerais

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O que se ouve Além da Porteira:
(para ouvir clique no link abaixo)




Ê Saudade
Simone Guimarães e Cristina Saraiva

Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
A lua sobe de madrugada
Eu na janela, olho pra estrada
Você não vem


Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
De manhã cedo o galo canta
Eu abro a porta, o sol levanta
Você não vem

Passa o tempo como ventania
E na capela soa a Ave Maria
Passa o medo passa a ventania
Mas a saudade no coração...
Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
A lua sobe de madrugada
Eu na janela, olho pra estrada
Você não vem


Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
De manhã cedo o galo canta
Eu abro a porta, o sol levanta
Você não vem

Passa o homem pelo dia a dia
Às vezes passa gente em romaria
Passa a dor da moça que sofria
Mas a saudade no coração...

Ê saudade que não passa nunca.... 








quarta-feira, 30 de maio de 2012

Quatro olhares sobre a solidão

Quando a alma sobra em ausências....









Solidão
Ilha feita de carne,
Ossos e vazios
Andarilha das profundezas
Amazona sem rumo,
Em terra de ninguém

Sobrevive resignada
A troco de  sobras, 
Farelos de compaixão
E gotas de desprezo
Não-ser em andrajos,
Cada dia, um dia a menos...





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O que se ouve Além da Porteira:


Yo vengo ofrecer mi corazón
Fito Paez
Na voz de Mercedes Sosa

¿quién dijo que todo está perdido?
Yo vengo a ofrecer mi corazón,
Tanta sangre que se llevó el río,
Yo vengo a ofrecer mi corazón.
No será tan fácil, ya sé qué pasa,
No será tan simple como pensaba,
Como abrir el pecho y sacar el alma,
Una cuchillada del amor.
Luna de los pobres siempre abierta,
Yo vengo a ofrecer mi corazón,
Como un documento inalterable
Yo vengo a ofrecer mi corazón.
Y uniré las puntas de un mismo lazo,
Y me iré tranquilo, me iré despacio,
Y te daré todo, y me darás algo,
Algo que me alivie un poco más.
Cuando no haya nadie cerca o lejos,
Yo vengo a ofrecer mi corazón.
Cuando los satélites no alcancen,
Yo vengo a ofrecer mi corazón.
Y hablo de países y de esperanzas,
Hablo por la vida, hablo por la nada,
Hablo de cambiar ésta, nuestra casa,
De cambiarla por cambiar, nomás.
¿quién dijo que todo está perdido?
Yo vengo a ofrecer mi corazón.
¿quién dijo que todo está perdido?
Yo vengo a ofrecer mi corazón.



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vôo

Vista da Serra da Mantiqueira
Vôo

Vôo à caça de infinitos
Carrego nada mais do que sonhos em meu alforge
e  um punhado de bolinhas de gude a troco de boas histórias
Levo também amores, amigos...
Aqueles que vou cultivando pelos caminhos
E que forem dados a levezas
Há que ser leve pra voar...
O vento é meu aliado
As estrelas, cúmplices, me norteiam
E se o cansaço dobrar o peso de minhas asas,
Faço meu ninho entre as montanhas de Minas Gerais...

Diamantina/MG

Vilarejo Bichinho - Prados/MG

Diamantina/MG

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O que se ouve Além da Porteira:



Lá onde o sol descansa
Amarra sua luz no vento que balança
No veio do horizonte o meio que arredonda
Um caminho de paz
Lá onde a dor não vinga
Nem mesmo a solidão extensa da restinga
Até aonde a vista alcança é alegria
Um mundo de paz
Lá onde os pés fincaram alma
Lá onde os deuses quiseram morar
Lá o desejo lá nossa casa lá
Lá onde não se perde
A calma e o silêncio nada se parece
Nem ouro , nem cobiça, nem religião
Um templo de paz
Lá onde o fim termina
Descontinua o tempo o tempo que ainda
Herança que deixamos do nosso lugar
Um canto de paz



Compositor: Péri - na voz de Ceumar

sábado, 28 de abril de 2012

Simplicidade Mineira




Em uma das minhas passagens por Minas Gerais, estive 
com um caboclo desses que parecem extraídos 
de um livro de Guimarães Rosa.
Mineiro matuto, de sorriso largo e contador de “causos”,
seu nome era a única coisa que lhe fugia às origens: Enoc.
De resto, mineirice dos pés à cabeça.

Enoc come limão com casca sem partir.  
Come mesmo, não chupa...
Mastiga como se fosse uma uva. 
E sem fazer cara feia, o que é mais incrível.

Come banana com casca.

Eu, incrédula, fui perguntar o por quê... 

"- Cê é besta rapaiz ?!
Cascá e esperdiçá esse trem tudo?!
Eu já sei mesmo o que tem drento..."

Em Minas a simplicidade reina...

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O que se houve Além da Porteira:


Sem tirar nem por
(Celso Adolfo)

Eu já falei, repeti
Já avisei de onde é que eu sou
Sou de Aracaju, Marabá
BH, São Salvador
Eu como beiju, tutu
Danço samba-de-roda, maracatu
Maculelê, óia o vento
Ventando no bambu

O que eu vi qualquer um vê
É a tarde misturando a cor
Eu sou mineiro e faço conta
Sem tirar, sem tirar nem por

Tô no elevador
Tô pensando é na flor
Galinha na peia, dinheiro na meia
O passado é uma cor

Sem jeito, sem nada, sem trôco
Carrego essa vida no andor
Esse peso sei de cor, procissão sai
Sai a lua no céu de Matipó

Curral del rey, conceição
Curralim não sai de mim
Cabô o dinheiro, vou embora
Nem sei porque é que eu vim

Levarei a manhã
Cada coisa que me couber
O coração de uma mulher
Espere o dia que eu puder

Eu não posso perder
O trem não perco não
Onde vai parar, onde vai acabar?
Que é que tem pra encontrar?

Parado na rua eu penso, repenso a dor
Tanta dor, uma dor que restou
Meu amor me deixou
Foi mas não me levou

Meu balaio vai cheio de cor
Cada saudade é uma dor

Cabô o dinheiro
Não quero, não posso ficar aqui
Tão me esperando
A saudade partiu, vai me partir

Levarei a manhã
Cada coisa que me couber
O coração de uma mulher
Espere o dia que eu puder 

Eu não posso perder
O trem não perco não
Onde vai parar, onde vai acabar?
Que é que tem pra encontrar?

Parado na rua eu penso, repenso a dor
Tanta dor, uma dor que restou
Meu amor me deixou
Foi mas não me levou

Meu balaio vai cheio de cor
Penso a rosa
O que eu penso é na flor
Cada saudade é uma dor.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O Tempo



Histórias talhadas em sulcos de lágrimas e sorrisos
Escritas à ferrugem, bolor e restos de tinta
O tempo lentamente desenha seus caminhos e
Como a esfinge, nos desafia:
Decifra-me ou devoro-te...
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O que se houve Além da Porteira:


Oração ao tempo


És um senhor tão bonito                            De modo que o meu espírito

Quanto a cara do meu filho
                       Ganhe um brilho definido

Tempo tempo tempo tempo
                       Tempo tempo tempo tempo

Vou te fazer um pedido
                              E eu espalhe benefícios

Tempo tempo tempo tempo...                    Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos                              O que usaremos pra isso


Tambor de todos os rítmos
                         Fica guardado em sigilo  
Tempo tempo tempo tempo
                       Tempo tempo tempo tempo

Entro num acordo contigo                          Apenas contigo e comigo


Tempo tempo tempo tempo...                    Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
                               E quando eu tiver saído
E pareceres contínuo                                  Para fora do teu círculo


Tempo tempo tempo tempo
                       Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
                  Não serei nem terás sido

Tempo tempo tempo tempo...                    Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
                        Ainda assim acredito

No som do meu estribilho
                         Ser possível reunirmo-nos

Tempo tempo tempo tempo
                      Tempo tempo tempo tempo

Ouve bem o que te digo
                            Num outro nível de vínculo

Tempo tempo tempo tempo...                   Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
                           Portanto peço-te aquilo

E o movimento preciso
                              E te ofereço elogios

Tempo tempo tempo tempo
                      Tempo tempo tempo tempo

Quando o tempo for propício
                    Nas rimas do meu estilo

Tempo tempo tempo tempo...                   Tempo tempo tempo tempo...

(Caetano Veloso)






Todas as fotos acima foram feitas na Vila Maria Zélia, primeira vila operária de São Paulo. A vila, no bairro do Belenzinho, abrigava imigrantes que vieram pra cá no início do século XX em busca de tempos melhores.
Entre ruínas e casas bem conservadas, onde ainda vivem famílias descendentes dos imigrantes que fundaram a vila, o velho vive em harmonia com o novo. As histórias de famílias inteiras são contadas de geração em geração e permanecem vivas nos vestígios deixados pelo tempo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Espanador de tristezas



Tinha aprendido que era muito importante criar desobjectos.
certa tarde, envolto em tristezas, quis recusar o cinzento. 
Não munido de nenhum artefacto alegre, 
inventei um espanador de tristezas.
era de difícil manejo – mas funcionava.

Ondjaki

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O que se houve além da porteira




Relento

Quem nasceu como eu
Com os pés no regato
E cresceu flor do mato
Em beira de estrada
Olhando a passagem
De quem vai em viagem
Pra qualquer lugar


Quem nasceu como eu
Com os olhos postos numa estrela
Querendo entender
O além, o instante
O amigo do lado
Querendo entender
Quem nasceu assim como eu
Não vive essa vida, mas outra
Surgida de sonhos, de versos ouvidos
De histórias criadas, contadas
Ao pé da fogueira acendida
Num centro de alma vazia
Quem nasceu como eu
Quando perde um amor, um irmão, um amigo
É levado do peito o abrigo
É voltar a viver ao relento
Exposto à sombra e ao vento
Que sopra de noite e de dia
E apaga a fogueira que ardia

(Simone Guimarães/ Cristina Saraiva 
- na voz de Renato Braz


Observação pós-post: Simone Guimarães e Cristina Saraiva não me conhecem... mas a carapuça me serviu... e como serviu.


sexta-feira, 30 de março de 2012

Cárcere





Cárcere

Dias passados a colecionar cercas, muros,
arames, cães de guarda, vigias, alarmes e patuás
“O inferno são os outros”,  diz a bandeira na entrada do forte
Enquanto isso, o inimigo cruel e sabotador 
sorri entre um gole de café e outro.
Assiste a tudo ileso, no camarote, do outro lado do espelho...



domingo, 25 de março de 2012

Vem por aqui



Vem por aqui

Vem por aqui, dizem-me alguns com olhos doces e seguros
de que seria bom que eu os ouvisse quando me dizem . . .
Vem por aqui!

Eu olho-os com olhos laços, há nos meus olhos ironias e cansaços,
e cruzo os braços e nunca vou por ali.

A minha glória é esta: criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém, que eu vivo com o mesmo sem vontade
com que rasguei  o ventre de minha mãe.
Não, não vou por aí . . . 
Só vou por onde me levam meus próprios passos,
se ao que busco saber nenhum de vós responde,
por que repetis, vem por aqui?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
redemoinhar aos ventos, como farrapos
arrastar os pés sanguentos a ir por aí.
Se vim ao mundo  , foi só para deflorar florestas virgens
e desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!  
O mais que faço, não vale nada!

Como pois sereis vós que me dareis impulsos, ferramentas, coragem
para eu derrubar meus obstáculos!?
Corre nas vossas veias sangue velho,
e vós amais o que é  facil!
Eu amo o longe,  a miragem , os abismos,
as torrentes os desertos...

Ide! Tendes estradas, tendes jardins, tendes canteiros,
tendes patria, tendes teto e regras e tratados e filósofos  e sábios.
Eu tenho a minha loucura!
Levanto-a como um facho a arder na noite escura
e sinto  espuma sangue e cântico nos lábios.
Deus  e o diabo é que me guiam, mais ninguém.

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe,
Mas eu que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre deus e o diabo.
Ah! Que ninguem me dê piedosas intenções,
ninguem me peça definições.  
Ninguem me diga . . . Vem por aqui.

Minha vida é um vendaval que se soltou,
é um átomo a mais que se animou . . .
Não sei para onde vou . . .
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por .

José Régio
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O que se ouve além da porteira


O idiota dessa aldeia

Rechinam meus sapatos rua em fora
Tão leve estou que já nem sombra tenho
E há tantos anos de tão longe venho
Que nem me lembro de mais nada agora
Tinha um surrão todo de penas cheio
Um peso enorme para carregar
Porém as penas, quando o vento veio
Penas que eram, esvoaçaram no ar
Todo de Deus me iluminei então
Que os doutores sutis se escandalizem:
"Como é possível sem doutrinação?"
Mas entendem-me o céu e as criancinhas
E ao ver-me assim de um poste as andorinhas
"Olha, é o Idiota desta aldeia!" dizem
Soneto de Mario Quintana / música de Lui Coimbra e Admar Branco

quinta-feira, 22 de março de 2012

Invisíveis



Invisíveis

Há os que passam pela vida em segredo
Caminham entre folhas secas e gravetos,
Em passadas cirúrgicas a evitar ruídos
Receiam a própria voz
Quando necessário: sussurram
Quem dera fossem invisíveis...
Poupariam a si mesmo o esforço
De sequer ocuparem espaço
Olhos furtivos, receosos,
Mirando o chão, aguardam...
Parecem estar a espera do derradeiro fim
Quando livrariam da mordaça
A maldita alma que teima em gritar
Ou que a ternura de um abraço
Venha enfim lhes socorrer

(À senhorinha desconhecida sentada na ponta do banco, que me comoveu...) 

domingo, 18 de março de 2012

Miudezas



Miudezas

Hoje acordei para coisas miúdas...
Aquelas que de tão insignificantes, o olho faz que vê
e a mente deixa escapar entre uma piscada e outra.
Quero me demorar em texturas e cores, sons e odores
Quero desenhar com os olhos, refazer contornos...
Imaginar de onde vieram e
onde se esconderão quando eu deixar de pensá-las.
Acordei para coisas miúdas, desprovidas de sombra
Que reinam soberanas dentro de mim

quarta-feira, 14 de março de 2012

Abrindo a porteira


Borboletas

Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens
e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta
Seria, com certeza, um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
Vi que as árvores são mais competentes em auroras
do que os homens.
Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças
do que pelos homens.
Vi que as águas têm mais qualidades para a paz do
que os homens.
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que
os cientistas.
Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do
ponto de vista de uma borboleta.
Ali até o meu fascínio era azul.

Manoel de Barros




Lancei-me ao desafio de iniciar esse blog em dia de “responsa”: 14 de março, dia da poesia. Não poderia começar de outra forma que não fosse com uma poesia de Manoel de Barros.


Meu encontro com Manoel de Barros se deu quase que ao mesmo tempo em que descobri a fotografia. Ambos entraram na minha vida da maneira em que as coisas que já nos pertencem, e que só não tivemos a chance de reconhecer ainda, chegam e se encaixam. Sem dramas, sem esforço... Como reconhecer um amigo que há muito não vemos apesar do rosto marcado pelo tempo.
Ambos causaram em mim reações similares: Manoel mudou meu jeito de ler poesia, minha relação com a língua portuguesa (já transformada com Guimarães Rosa e Mia Couto) e meu olhar para as “coisas miúdas” – a fotografia, da mesma forma,  mudou meu olhar para o mundo. Ambos me fizeram voar para além da porteira...

Tamanha foi a relação entre o que despertaram em mim que não me espantei quando tropecei no livro de Manoel,  “Ensaios Fotográficos”, do qual a poesia acima faz parte. A meu ver, mais do que livros técnicos, mais do que aulas teóricas, todo aquele que pretende um dia se tornar fotógrafo deveria beber nessa fonte.

Manoel de Barros cria imagens fotográficas com sua poesia. A fotografia busca a poesia no sentido inverso.

Henri Cartier-Bresson , excepcional fotógrafo do cotidiano, diz: “Fotografar é pôr a cabeça, o olho e o coração no mesmo ponto de mira”...

Não passa pelo mesmo caminho, a poesia?

Há muito que cultivo a idéia de reunir minhas experiências fotográficas e o universo que elas suscitam em mim, em um só lugar.
Não tenho a pretensão de me considerar uma fotógrafa. Não freqüentei escola, não tenho formação técnica, muito menos equipamento compatível pra merecer o título de profissional. Sou sim uma colecionadora de imagens.

A idéia desse blog é compartilhar essas imagens – meus vôos na tentativa de ver o mundo com “olhos de borboleta”.  Cada imagem funciona também como plataforma de lançamento para novos vôos – me remetem à histórias que vivi ou não, poesias e canções que me tocam a alma, ou pensamentos e questionamentos. Viagens...

Dia 14 de março, dia da poesia. Com a ajuda ilustre do mestre Manoel de Barros, solenemente declaro esse blog aberto a todos que quiserem participar dessa viagem.
Que possamos todos voar juntos muito além da porteira...